Mulheres operam tratores em Dia de Campo

segunda-feira, Outubro 22, 2012

          "Foi um dia maravilhoso, inesquecível! Nunca imaginava dirigir um trator e hoje dirigi. E o conforto é melhor que de um carro!". Foi com essas palavras que Oniva de Meira definiu o 1º Dia de Campo Feminino Castrolanda, realizado na quinta-feira, 18 de outubro, na Chácara Mirella, propriedade de Bernard e Emilia Bouwman, com patrocínio e apoio técnico e operacional da Macponta, concessionário John Deere para os Campos Gerais.

          A iniciativa foi idealizada através do Programa de Desenvolvimento de Líderes (PDL), oferecido a um grupo de aproximadamente 30 mulheres, esposas de cooperados, pela Cooperativa Castrolanda e Sistema Ocepar. Como as integrantes do PDL, divididas em grupos, tinham como tarefa criar e executar projetos, Alessandra Napoli Kiers, Aline da Costa de Boer, Andreia Gerhards, Caroline Groenwold, Emilia de Geus Bouwman e Samanta Barbosa da Cruz decidiram promover uma atividade relacionada ao seu dia a dia, porém de uma maneira inovadora: levando o público feminino a conhecer e experimentar a realidade no campo, através da operação de máquinas agrícolas.

 

        "Nossa intenção não é 'competir' com os homens, nem 'ganhar' deles, mas trabalhar junto com eles! Com esse tipo de conhecimento, podemos acompanhar o trabalho de um operador no campo, por exemplo", afirma Samanta. "Esta foi nossa primeira experiência, mas foi muito positiva. As mulheres gostaram, estavam bem interessadas e perguntaram muito. Tiraram todas as dúvidas", comenta Emilia Bouwman.

       A programação do evento iniciou às 9 horas com um café da manhã. Após a abertura, feita por Aline de Boer, o presidente da Cooperativa Castrolanda, Frans Borg, destacou a importância da participação da mulher no agronegócio e a relevância de iniciativas como o Dia de Campo Feminino. José Divalsir Gondaski (Ferruge), diretor da Macponta, parabenizou o grupo pela iniciativa de realizar uma programação voltada exclusivamente à mulher e ressaltou o valor do profissionalismo feminino. "Quando o Irapuan [gerente da filial de Castro] nos apresentou a ideia, topei na hora, porque acredito que cada vez mais a mulher está assumindo o seu papel, inclusive no agronegócio", aponta.

 

 

         Em seguida, o engenheiro agrônomo Rivelino Seganfredo ministrou uma palestra sobre 'Plantio da soja', começando pela escolha da cultura, passando pelas principais decisões até chegar ao plantio. Os conhecimentos sobre equipamentos e parte técnica da operação de tratores foram apresentadas, em seguida, por Tarcisio Prochner, gerente da Oficina, e José Carlos Correa Filho, especialista em AMS (sistema de agricultura de precisão) da Macponta. Após o almoço, no restaurante Vitorio's (cujo trajeto foi percorrido com uma carretinha da Fundação ABC puxada por um trator John Deere), aconteceu a parte prática nos equipamentos, guiada por Tarcisio, José Carlos e pelo técnico de tratores Gabriel Ferreira Correia.

         Para Margaretha Groenwold, que trabalha junto com o marido na leiteria da família, o dia foi muito produtivo. "Aprendemos bastante coisa. O meu marido tem trator, tem tudo e a gente acaba nem conhecendo os equipamentos. Esse Dia de Campo é também um incentivo para a mulher se envolver cada vez mais. Foi muito válido, muito proveitoso", garante.

 

 

          Irapuan da Silva, gerente da filial de Castro da Macponta, diz que ficou surpreso com os resultados do evento. "Quando a idéia surgiu, achei meio estranha, até meio maluca. Mas fomos amadurecendo e percebi que era uma grande oportunidade de aliar o conhecimento administrativo que elas têm ao nosso conhecimento técnico. E o resultado surpreendente. Não imaginava que elas teriam tanto interesse. Além da participação do grupo, toda a programação, inclusive o local, foi muito produtivo", enfatiza.

            Tarcisio Prochner destaca que a interatividade das mulheres foi fundamental para o sucesso do evento. "Foi muito interessante. Elas vieram preparadas, questionavam, perguntavam, queriam esclarecer dúvidas. Isso mostra que elas têm conhecimento, embora não seja prático. E essa prática foi o que procuramos levar a elas", explica. Habituado a realizar clínicas e dias de campo masculinos, Tarcisio comenta que o senso crítico bastante apurado é um diferencial do público feminino. "As mulheres são muito dedicadas. Exemplo é que todas elas queriam experimentar todos os tratores. O senso crítico e a perfeição, aliás, são duas características próprias da mulher", afirma. "O nível de interação do grupo feminino foi acima dos dias de campo que reúnem só homens. A mulher não tem medo de perguntar. Se tem a dúvida, questiona mesmo", acrescenta José Carlos.

 

 



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